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O pano que a agulha fura
Apura o desenho que a linha forma
Depois que ela mergulha com empenho
Em sua estrutura fina e retorna
E o caminho que a linha anda
Quisera alinhado, certinho,
Borbulha como água que ferve
Comandado pela espera que verve
Na cabeça míngua da agulha
Assim, melhor seria se
A linha que forma a figura,
Amarrada em toda sentença,
Não fosse também isca para o passado
Forte qual risca de bordado
Deixa sempre
O firme passo
De onde passou
Mas digo, sem dúvida,
Que se um fio da minha vida
Escapa vadio do tecido
E desatina a desmanchar a costura,
Principio novo a mesma tapa do puído
Da moldura ao ponto de nó.
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Eduardo Pascottini
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Um comentário:
belo 'traçado'!
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