.
.
O pano que a agulha fura
Apura o desenho que a linha forma
Depois que ela mergulha com empenho
Em sua estrutura fina e retorna
E o caminho que a linha anda
Quisera alinhado, certinho,
Borbulha como água que ferve
Comandado pela espera que verve
Na cabeça míngua da agulha
Assim, melhor seria se
A linha que forma a figura,
Amarrada em toda sentença,
Não fosse também isca para o passado
Forte qual risca de bordado
Deixa sempre
O firme passo
De onde passou
Mas digo, sem dúvida,
Que se um fio da minha vida
Escapa vadio do tecido
E desatina a desmanchar a costura,
Principio novo a mesma tapa do puído
Da moldura ao ponto de nó.
.
Eduardo Pascottini
.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
belo 'traçado'!
Postar um comentário