sexta-feira, 29 de abril de 2011

Oração Corpórea

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São os acordes da respiração
O som dos corpos em choque
Pra turbulência do beijo é um toque
No envolvimento lingua, pulsação

Tá no cheiro da carne, da boca
Nossos pelos entrelaçados
Na nuca o gemido abafado
Na sede o suor é uma gota

Na seiva do orgasmo o sorriso
Exaltado nos dentes travados
De um fez se dois corpos pesados
Largados no mar do indeciso

Nossa mãe nossa menina
Nos acolha em teu ventre estrelado
Nos retire este tempo gelado
Nos defenda da lingua ferina
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Vitor Granado
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